Navegar é preciso, viver não é preciso. (Fernando Pessoa)
Em Portugal, no século XVI, a grande novidade eram as grandes navegações. Muitos homens abandonaram suas famílias e se jogaram no mar, nas caravelas, com os mais diversos interesses. Uns embarcaram em busca de almas, outros pra sair da miséria em que viviam em Portugal, tinha os que comandavam as caravelas visando riquezas e honrarias e existiam os que queriam apenas uma aventura. Imagine centenas de homens numa caravela saindo do cais dos portos portugueses com destino ao desconhecido.
Navegar a deriva pela internet, observadas as devidas proporções de está confortavelmente sentado numa cadeira, no aconchego do lar, protegido das intempéries da natureza, também é uma viagem ao desconhecido. É um mar de informações, infindos arquipélagos de sítios e continentes vastos de conhecimentos. Tudo a distância de um clique (desde que a conexão do provedor colabore). Esta é a grande diferença da navegação atual. Enquanto os nossos antepassados passavam dias, semanas, meses e até anos nas embarcações, nós viajamos de um porto a outro na velocidade de um clique no mouse. Navegar a deriva na internet é uma aventura, você só sabe de onde sai, mas não tem idéia por onde vai passar, nem pra onde vai e as vezes nem consegue voltar ao ponto de partida. Mesmo quando navegamos com uma rota, mediante um planejamento prévio, não é raro sairmos do caminho para nos perder do mesmo jeito.
Concordo com Fernando Pessoa, só viver não é preciso, é preciso navegar, se informar e conhecer neste mar nunca d’antes navegado.
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