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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Questões de Mesquinharia

Hoje participei juntamente com o colega Miraci de uma reunião com o Departamento Regional de Alimentação Escolar, onde todos os diretores e tesoureiros, juntamente com reprentantes do Conselho Estadual de Alimentação Escolar, discutimos os desafios para o aperfeiçoamento do Programa de Alimentação Escolar.
Dentre as diversas questões debatidas como: falta de merendeiras, questões sanitárias de armazenamento e preparo dos alimentos, valor financeiro repassado às escolas e outros assuntos. O ponto mais discutido foi o cumprimento da legislação que trata do oferecimento da merenda escolar exclusivamente aos alunos.
É constrangedor que enquanto os índices de aprendizado patinam em todo o Estado do Rio Grande do Norte em direção ao precipício do fracasso escolar, estejamos ainda discutindo quem da comunidade escolar pode ou não pode comer um pouco do complemento alimentar destinado aos alunos.
Atualmente a Escola Estadual Basílio Batista de Araújo, assim como as demais escolas de ensino médio regular recebem do Governo Federal um repasse per capita de R$ 0,30 centavos para cada refeição diária. Embora o valor pareça irrisório, o montante é de R$ 950,00 ao mês. Digo a todos que não é suficiente para proporcionar uma alimentação escolar abundante, mas é possível oferecer um complemento satisfatório aos alunos.
Não estou arregimentando adeptos para descumprir a regulação legal que trata do tema, no entanto, questiono o motivo do empenho do Ministério Público em fiscalizar se os professores e funcionários das escolas estão fazendo uso da merenda escolar, quando existem outras inúmeras e maiores irregularidades, em sua maioria geradas pelo descaso dos poderes públicos estaduais e municipais.
No caso do Estado do Rio Grande do Norte, o governo não repassa às escolas um único centavo de incentivo para complemento da merenda. No caso particularíssimo da Escola Basílio Batista, como pode, uma única merendeira em todos os turnos de funcionamento da escola preparar a alimentação, cuidar da limpeza da cozinha e ainda preparar uma merenda variada e de qualidade? Digo, que mesmo enfrentando esta realidade, tentamos fazer o melhor. O Estado do RN tem uma única nutricionista para atender as mais de 700 escolas, faltam profissionais qualificados para preparo dos alimentos.Em muitas escolas (não é o caso da nossa) falta higiene no preparo e armazenagem. Em outras instituições acontecem até desvio dos recursos da merenda para outros fins. No entanto, não se ver o mesmo empenho do Ministério Público em acompanhar estas situações. Eu acho que os promotores deveriam começar pelos maiores problemas e só quando estes vícios estivessem resolvidos é que deveriam se preocupar com os menores.
Lembro-me de duas coisas que minhas avós me diziam quando eu era criança, "onde comem 2, também comem 3" pois, transferindo este adágio de minha avó para escola, tenho certeza que quantidade de alimento preparado para 150 alunos é suficiente para alimentar mais 8 ou 10 professores sem que haja o comprometimento da alimentação dos estudantes. Desvios sérios de recursos acontecem é em Brasília ou noutras instâncias estaduais e municipais sem que ninguém faça nada para evitar a roubalheira. O Ministério Público está parecendo um cachorro que late grosso e alto para os pequenos e corre com medo dos tubarões da administração.
É uma pena que nos dias de hoje, se perca tempo com este tipo de discussão, que vigiem essas mesquinharias, enquanto existem outros problemas mais sérios e urgentes a serem tratados na educação brasileira.

Um comentário:

  1. que xique! ate que enfim algurm faloOB PELOS MENOS FAVORECIDOS!! OS SOFRESSORES!!!!

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