Povos indígenas no Seridó
A
historiografia brasileira, imbuída das teorias preconceituosas européias, nas
quais defendiam uma história contada e protagonizada pelos brancos, nobres e
letrados, na maioria das vezes relegou as outras culturas (povos indígenas e
afro-descendentes) ao ostracismo histórico.
No
Seridó, salvo alguns historiadores como Olavo de Medeiros Filho e Helder
Alexandre Macedo, também foi outorgado aos afro-brasileiros e indígenas o mesmo
esquecimento imputados pela história nacional. No Rio Grande do Norte, mais intensamente
do que em outros estados do país, este fato foi verificado.
Deferente
do que diz os genealogistas seridoenses, que tem com principal objetivo traçar
suas árvores genealógicas de forma a constar nobres portugueses, fidalgos
brasileiros, brancos e abastados. Os povos indígenas, antigamente instalados no
Seridó, tanto formaram geneticamente como contribuíram culturalmente para a formação do nosso povo.
Basta observar
o biótipo da população seridoense para ver que nem todos são brancos, loiros e de
olhos claros. Pelo contrário, a minoria da população é que tem estas
características. Uma parte bastante considerável de nossa gente carrega traços
indígenas. Desmentindo os pseudo historiadores que teimam em afirmar que os
primeiros colonizadores não se misturaram com os povos tarairius e cariris, remanescentes
da Guerra dos Bárbaros.
E a herança
cultural desse povos, pode ser esquecida? Como é possível explicar os inúmeros
vocábulos presentes no nosso léxico, a grande variedade de iguarias culinárias
incorporadas e apreciadas em nossos hábitos alimentares (aloá, jerimum,
batata-doce, mandioca, farofa, fava e outros).
Como uma das
funções da história atual é desconstruir os equívocos históricos gerados por
preconceitos de gênero, raça, social e diversas outras origens. Baseando-se
sempre em fontes acadêmicas e científicas, o blog vai postar matérias no qual
vai tratar de diversos aspectos do dia-a-dia dos grupos indígenas que nos
precederam no Sertão do Seridó. Com o objetivo de desfazer os equívocos
forjados ao longo do tempo de que o povo do Seridó é composto somente de
brancos e que os indígenas pouco ou nenhuma contribuição deram para a nossa
formação.
Pintura retratando uma dança ritual - obra de artistas holandeses.
Meninas com traços indígenas
Isso é fato, mas também precisamos olhar outros aspectos. Há cidades em que a maioria até é parda, como Serra Negra e Jucurutu. Já outras que são muito europeias, como Ouro Branco (85% brancos.IBGE). Mas também é fato que nossa cultura e organização social é basicamente europeia, não se vê praticamente nenhuma cultura africana ou indígena no Seridó, por isso os especialistas focam basicamente na cultura portuguesa e holandesa. É a mesma coisa para o sul do país, onde 30% da população é parda ou negra e contribuiu para a cultura da região, mas como não é a cultura predominante, os historiadores não focam essa cultura, ao exemplo da Bahia, de maioria negra, onde já não focam a cultura européia.
ResponderExcluir