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domingo, 25 de setembro de 2011


Povos indígenas no Seridó

                A historiografia brasileira, imbuída das teorias preconceituosas européias, nas quais defendiam uma história contada e protagonizada pelos brancos, nobres e letrados, na maioria das vezes relegou as outras culturas (povos indígenas e afro-descendentes) ao ostracismo histórico.
                No Seridó, salvo alguns historiadores como Olavo de Medeiros Filho e Helder Alexandre Macedo, também foi outorgado aos afro-brasileiros e indígenas o mesmo esquecimento imputados pela história nacional. No Rio Grande do Norte, mais intensamente do que em outros estados do país, este fato foi verificado.
                Deferente do que diz os genealogistas seridoenses, que tem com principal objetivo traçar suas árvores genealógicas de forma a constar nobres portugueses, fidalgos brasileiros, brancos e abastados. Os povos indígenas, antigamente instalados no Seridó, tanto formaram geneticamente como contribuíram culturalmente para a formação do nosso povo.
Basta observar o biótipo da população seridoense para ver que nem todos são brancos, loiros e de olhos claros. Pelo contrário, a minoria da população é que tem estas características. Uma parte bastante considerável de nossa gente carrega traços indígenas. Desmentindo os pseudo historiadores que teimam em afirmar que os primeiros colonizadores não se misturaram com os povos tarairius e cariris, remanescentes da Guerra dos Bárbaros.
E a herança cultural desse povos, pode ser esquecida? Como é possível explicar os inúmeros vocábulos presentes no nosso léxico, a grande variedade de iguarias culinárias incorporadas e apreciadas em nossos hábitos alimentares (aloá, jerimum, batata-doce, mandioca, farofa, fava e outros).
Como uma das funções da história atual é desconstruir os equívocos históricos gerados por preconceitos de gênero, raça, social e diversas outras origens. Baseando-se sempre em fontes acadêmicas e científicas, o blog vai postar matérias no qual vai tratar de diversos aspectos do dia-a-dia dos grupos indígenas que nos precederam no Sertão do Seridó. Com o objetivo de desfazer os equívocos forjados ao longo do tempo de que o povo do Seridó é composto somente de brancos e que os indígenas pouco ou nenhuma contribuição deram para a nossa formação.
 
 Pintura retratando uma dança ritual - obra de artistas holandeses.

Meninas com traços indígenas

Um comentário:

  1. Isso é fato, mas também precisamos olhar outros aspectos. Há cidades em que a maioria até é parda, como Serra Negra e Jucurutu. Já outras que são muito europeias, como Ouro Branco (85% brancos.IBGE). Mas também é fato que nossa cultura e organização social é basicamente europeia, não se vê praticamente nenhuma cultura africana ou indígena no Seridó, por isso os especialistas focam basicamente na cultura portuguesa e holandesa. É a mesma coisa para o sul do país, onde 30% da população é parda ou negra e contribuiu para a cultura da região, mas como não é a cultura predominante, os historiadores não focam essa cultura, ao exemplo da Bahia, de maioria negra, onde já não focam a cultura européia.

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